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Ainda sobre a ausência


Vesti aquela calça cinza que sempre uso, com aquele tênis encardido que venho enrolando pra limpar – e você gostava de me dizer como ele está nojento, encardido, e eu só rio. Desci, lentamente, as escadas pensando no que estaria esquecendo.

A porta ficou aberta, num lapso de atenção que tive. O cachorro quase fugiu, mas consegui contê-lo a tempo de pedir que ficasse de guarda enquanto estivesse fora.

Caminhei lentamente, observando às pessoas na calçada e em frente de suas casas, rindo, limpando, pintando...Esse era nosso sonho desde sempre, desde o primeiro – talvez segundo – beijo, mas que não sabíamos mais se tornaria realidade.

Enquanto caminhava, levantei a manga da camisa para observar teu nome marcado ali: amor. Era o que me dava forças, o que me sustentava quando, antes de dormir, a tua falta tentava sufocar com lágrimas e tristeza. Amor, era o nome que eu te dei para estar comigo a vida toda, mesmo tendo partido.

O que dói, enquanto caminho, não é saber da tua ausência mas, sim, não controlar o tempo que ela vai durar, o quanto vou ter de esperar até ver, pessoalmente, teu sorriso e ter o teu beijo.

Enquanto estou aqui, pensando em tudo isso, já cruzei algumas ruas sem ver. Não era meu objetivo, mas aconteceu.

Quando você não está, as coisas se perdem, o mundo se perde, eu...sigo aqui, tentando encontrar o caminho que me leva até você.

Não sei em que rua estou, nem sequer lembro o porquê de ter saído pois, a qualquer momento, você pode voltar e eu não estarei lá.

A tua ausência me deixa confuso.

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