Eu observava, do outro lado da plataforma, um casal e seus dois filhos. Enquanto a mãe distraia e dava de comer ao mais novo, o pai se divertia com a outra filha em uma brincadeira que eu não conhecia mas que, certamente, era muito divertida. Os pais, entre uma garfada aqui e outra risada ali, se entreolhavam sorridentes. Era um sorriso puro, se via apenas respeito, amor e sinceridade entre eles. Comecei a refletir sobre tudo à minha volta; aos meus treze anos eu sonhava em ser pai aos vinte e um, e ser avô aos cinquenta. Pensei nas namoradas que tive, nas oportunidades que perdi – e nas que aproveitei mas não levei até o final. Lembrei de amores roubados, beijos escondidos, amores proibidos. Lembrei de você também, pois via naquela mulher da outra plataforma o mesmo sorriso de quando nos encontrávamos ou, então, de quando falávamos sobre família e eu lhe confidenciava o desejo de ter três filhos. Ah, como eu amo o teu sorriso! Via naquelas crianças uma juventude inteira p
Cada linha escrita, cada palavra dita e cada sentimento envolvido. Únicos.