Sabe, eu me lembro até do sorriso
de canto de boca. Hoje ele me tira do sério. Perco a razão ouvindo uma música,
porque me faz lembrar de você e desse sorriso.
Bem ou mal, eu lembro do jeito
que me abraçava quando ficávamos dentro do carro, lembro que gostava de te
olhar e mexer no seu cabelo enquanto escolhia cuidadosamente o que dizer, com
medo de escapar alguma palavra que te afastasse dali. Escolhi tanto as
palavras, que não disse nenhuma e hoje estamos cada um vivendo sua vida.
Não sei se você sente falta
daquele tempo. Não sei se você sente vontade de me ver. Não sei, pra ser bem
sincero, se você sequer gostava de mim de verdade. Eu venho gostando e sentindo
falta, conforme é possível e conforme a música te lembra. Dirigindo, parado no
sinal, deitado no quarto, assistindo um filme...Basta uma palavra ou uma
melodia, e você toma conta da minha vida pelo restante do dia – ou da noite.
Já tentei imaginar um futuro em
que estivéssemos juntos. Imaginei viagens, família, felicidade, teus olhos, o
perfume. Não preciso dizer que um futuro separados não é necessário imaginar,
pois já estamos assim e sei exatamente os sentimentos que isso traz.
Foi tudo repentino mas, ao mesmo
tempo, tão intenso! A vontade de se encontrar, o sorriso que cada um deu ao se
ver, o toque suave da mão no rosto, o olhar fixo seguido de um sorriso...Foi
tudo tão intenso e, ao mesmo tempo, tão simples que, por isso, tornou único e
especial todo o enredo em que, confusamente mas de coração, nos envolvemos.
Ninguém é insubstituível, ao
menos na importância certa. Talvez eu não tenha sido um marco na sua vida mas,
garanto, que te lembrarei em cada quadra quando andar por Valparaiso.
O Chile e minha vida nunca mais serão os mesmos.
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